



" Por um ano, desde março de 2024, com encontros semanais apenas interrompidos no período da enchente, colocamos em execução a Instalação em Arte Têxtil, Florestas em Chamas, projeto concebido pela Zoravia (sim, sem acento), para o Portas Abertas da Bienal do Mercosul.
Faixas de organza nas cores vermelha, laranja e amarelo deveriam pender do teto, numa altura de 3m40, estruturadas por aros de ferro pintados de vermelho e com diâmetros que fossem ficando maiores até chegar ao chão, onde um círculo de organza cinza seria a finalização, com 3m de diâmetro.
Dentro da estrutura translúcida, ficariam árvores calcinadas e animais em fuga.
Fizemos uma maquete que apontaram os primeiros problemas e outra maquete se fez necessária.
Novos cálculos de metragem de organza, dos aros de metal, bem como a distância entre eles e como mantê-los no lugar, em posição horizontal.

Onde e como prender as cordas de sustentação. Qual material mais adequado..
Só então começamos a estrutura definitiva, no tamanho real. Algumas mudanças de percurso, mais cálculos, mais reflexões, mais discussões, tentativas com mais ganhos do que perdas.
Corta, recorta, costura, cola, pinta, amarra, pendura, ilumina, sonoriza, escreve, fotografa...
Olhando assim, o trabalho só finaliza (ou não) no olhar de quem o aprecia. De quem o vê como um alerta da paisagem que se extingue, e com ela, um ecossistema que se desequilibra.
É Arte não respondendo.
É Arte perguntando. "
Texto cedido por
Elaine Veit